O dia que vi o mar
A Avenida Atlântica, que só conhecia no Banco Imobiliário, agora não passava de um obstáculo de quatro pistas para se chegar à praia. Uma estátua daquele poeta conterrâneo, cravada no calçadão da orla, me fez sentir em casa. Bom seria mesmo que aquele lugar fosse a minha casa. Morar diante daquela imensidão anil, cuja semelhança com o céu da minha terra provocou em mim o esquecimento de que um dia ela fora privada de ter seu próprio mar, seria o sonho de qualquer pessoa com consciência de sua condição humana. Sabe aquele sentimento de que a gente nasce, cresce e morre? Diante do mar isso não existe. A eternidade mora ali, no infinito, no oceano. Naquele lugar, onde se esquece de que a vida está de costas para ali. Deve ser por isso que o cidadão mais ilustre da minha cidade foi morrer de frente para aquelas águas. Ele nunca morreu. Lá está até hoje! Se eu tivesse de escolher um lugar para morrer... Ah, deixa isso pra lá!
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Felipe,
que coincidência: o primeiro mar que eu vi foi também Copacabana.
Eu já tinha quinze anos. E era um sonho do menino caipira lá do sul do Paraná...
Sei que vou morrer em Copacabana. Por isso, nunca mais eu volto lá... rs!
Abraços, flores, estrelas..