Osso catártico
Incomodava. Agorinha mesmo ele foi arrancado, pelo menos da minha. A seleção verde-e-amarelo não deixou os mais de 80 mil exaltados brasileiros, balançando as bandeirinhas de plástico à toa. Verdade seja dita: estava todo mundo com medo de voltar para casa arrependido de ter pagado ingresso para manter o tal do histórico osso futebolístico goela adentro. Ainda bem que não foi assim.
As famigeradas vaias que Lula ouviu no mesmo lugar do jogo foram convertidas em aplausos para os cinco gols marcados pelos arrancadores de osso mais famosos e bem pagos do mundo. O Equador foi a vítima mais disposta a estragar a catarse do já arquetípico osso. Pressionou o tempo todo. Só parou quando se viu no ridículo de ouvir “olé” cada vez que os jogadores brasileiros tocavam a bola. Afinal, o osso tinha de ser jogado em alguma garganta, que, não fosse na uruguaia numa final de Copa do Mundo, pelo menos seria na primeira que se candidatasse a engoli-lo. O goleiro, coitado, ficou até com a dívida de levar do Maracanã, que já foi o maior estádio do mundo, não apenas um osso de lembrança, mas também um frango.
Mas, vocês me dão licença, porque minha garganta precisa descansar depois de agüentar tanto tempo um osso que ora se torna catártico.
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Prezado Felipe,
Sabe que eu não tinha pensado nisso. Tratar o texto da carta da terra como as 95 teses que Lutero afixou na porta da Igreja do Castelo. Você acha que precisamos de uma reforma teológica com foco não mais na eclesiologia, mas sim no meio-ambiente?
Gostei dessa.
P.S. Vou comentar o seu texto em outro post