18.5.07

Educação é práxis

Existe uma longa e, diríamos, quase que inesgotável discussão quanto à teoria e à prática em todas as áreas do conhecimento. Uma prática sem uma teoria para pautá-la pode se tornar infrutífera e vazia, e a teoria sem uma prática é simplesmente irrelevante. Uma não deve ser dissociada da outra, elas caminham juntas, completando e se aperfeiçoando. O conceito de práxis se insere nesta discussão.

Karl Marx (1818-1883) chama de práxis a atividade que assume a forma pioneira do trabalho e depois se diversifica. Para ele, cabia ao proletariado, em sua práxis revolucionária, atuar como o portador material de uma transformação social que lhe interessava diretamente, mas também interessava ao conjunto da sociedade. Para isso, era necessário entender que teoria e prática estão totalmente ligadas, pois a práxis não é toda e qualquer atividade prática, mas é a atividade de quem faz escolhas conscientes, necessitando, para isso, de teoria. Apoiado neste conceito, Marx repele sistematicamente tanto a perspectiva idealista, que superestima o papel das idéias e da consciência nas ações históricas dos homens como a perspectiva materialista, que minimiza a importância da intervenção dos sujeitos humanos na constante modificação da realidade objetiva. O ser humano é o sujeito da práxis, pois existe inventando a si mesmo. A história seria o plano onde ele expressa mais significativamente essa sua práxis.

A atividade do educador tem seus limites, mas é atividade humana, é práxis. É intervenção subjetiva na dinâmica pela qual a sociedade existe se transformando, contribuindo para o fazer-se da história. A práxis contribui assim para a inserção da pessoa no movimento da história. A partir dessa concepção de ser humano e de história, como uma dimensão inerente à práxis, que a educação, em Marx, é pensada filosoficamente como uma atividade essencial à dinâmica das sociedades.

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7 Comentário(s):

  • At 18 de maio de 2007 às 15:09, Blogger Marlene Maravilha said…

    Gosto deste blog! Gosto do que escreves e aprendo contigo.
    Sinto tua falta amigo!
    abraços e bom fim de semana!
    Em Cristo,

     
  • At 18 de maio de 2007 às 19:03, Blogger Alysson Amorim said…

    Opa!

    Um post que dá margem a muita discussão.

    Penso que uma releitura adequada de Marx deve apontar para a educação como a primeira e mais importante das "atividades essenciais à dinâmica das sociedades."

    A educação pode não ser a revolução suficiente, mas é seguramente a única possível.

    O conceito marxiano de práxis certamente tem muito a nos ensinar quanto aos rumos que deve tomar nosso sistema educacional.

    Abração camarada.

     
  • At 20 de maio de 2007 às 12:50, Blogger Marlene Maravilha said…

    Parece que perdi a oportunidade de parabenizar-te. Mas volto para dizer felicidades, e que Deus está ao teu lado!!
    beijos e bom domingo!

     
  • At 21 de maio de 2007 às 19:49, Anonymous Anônimo said…

    Felipe,

    você já deve ter lido "Educação como Prática de Liberdade", do Paulo Freire...


    Abraços, flores, estrelas

    (de um marxista romântico):

     
  • At 24 de maio de 2007 às 20:12, Blogger Andreia said…

    Marx não foi um tipo que eu admirasse.

     
  • At 1 de junho de 2007 às 19:45, Blogger Alysson Amorim said…

    Opa.

    Uai, camarada.

    Não vai mais nos dar a honra dos teus posts?

    Abração. Um bom final de semana.

     
  • At 4 de junho de 2007 às 02:27, Blogger Felipe Fanuel said…

    Não posso deixar de agradecer ao carinho da Marlene.
    Bjs

    Aos amigos, minhas saudações.

     

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