Teologia acrobática
Sempre foi vocação dos teólogos voarem. Aliás, este é quase um princípio para quem se aventura a fazer teologia: voe o mais alto que puder. Contudo, o vôo depende muito do piloto. Não adianta ficar fazendo acrobacias sem seguir um percurso pré-definido. Há muitos obstáculos pelo caminho, nos quais se pode encostar ou não. Se encostar, considere-se longe de ser um grande teólogo, no sentido clássico da palavra. Afinal, teologia que se preze precisa voar perfeitamente bem, sem atingir os obstáculos, até chegar à mais bela das acrobacias. Ter a infelicidade de tocar em um dos chamados pilões é motivo para se considerar um teólogo fracassado. Piloto que é piloto sabe bem controlar seus movimentos, aquele que não o faz precisa de mais treino, ou está na profissão errada.
Todavia, o problema da teologia é justamente esse: se pretender perfeita sem ser perfeita. As asas dos nossos aviões são frágeis. Nem os melhores pilotos podem garantir o sucesso contínuo a cada etapa. Por isso, é impossível viver de acrobacias sem a noção de perigo. O teólogo vive dessa consciência mais que necessária, pois sabe que a qualquer momento pode cair lá de cima.
A teologia é, portanto, acrobática, porque faz, com muito treino, manobras que podem ser perfeitas ou não. Quanto mais rápida, perfeita e inerrante for, mais próxima estará dos aplausos. Quanto mais se esbarrar nos obstáculos, mais próxima estará da sua natureza inerente, o risco de cair.
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Não creio que teologia tenha a ver com acobracia aérea.
Teologia é dirigida à mente das pessoas.
Acobracia aérea é dirigida ao prazer visual.
Fica bem.
Um abraço.
Manuel