20.4.07

República dos Guaranis


Conta-se que antes dos ibéricos chegarem nestas supostas terras de ninguém do cone sul, existia, do Paraná ao Paraguai, uma civilização muito avançada de índios guaranis. Lá já estava estabelecida a primeira república de todo o continente. Sua religião pregava que um dia alguém, o qual eles deveriam seguir, chegaria às suas terras com uma cruz. Acredita-se que essa orientação tenha vindo do apóstolo Tomé no início da era cristã.

Com a chegada dos padres jesuítas, os povos indígenas ganharam força e prestígio por causa de sua cultura, sobretudo as artes, que não deixavam a desejar em comparação com os artistas medievais.

Embora inicialmente fossem aliados dos espanhóis, havia muito cisma quanto a uma possível independência guarani. Deflagrada uma guerra de Portugal e Espanha contra a jovem república, que insistia no lema Co yvy oguereco yara — “Esta terra tem dono” —, foi destruída toda a história deste bravo povo, considerado um dos mais cultos das Américas.

As ruínas guaranis guardam as marcas de uma violência contra os índios que jamais deveria ser esquecida pelos povos sul-americanos, em cuja descendência ainda se conserva este sangue nativo. Este monumento é reconhecido pela Unesco como uma das quatro rotas turísticas culturais mais importantes do mundo.

Infelizmente, os indígenas se tornaram patrimônio histórico da humanidade apenas quando foram exterminados, um pouco tarde demais. O massacre ibérico à República dos Guaranis deveria ser motivo para brasileiros, argentinos, paraguaios e uruguaios mantermos acesa a memória dos guaranis, os quais sonharam com uma terra onde o povo fosse soberano, ideal próprio de uma república, muito diferente das tirânicas monarquias européias.

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10 Comentário(s):

  • At 20 de abril de 2007 às 13:17, Blogger Alysson Amorim said…

    Felipe,

    Aprecio histórias de resistência, ainda que tenham culminado em uma suposta derrota.

    É inegável a riqueza do patrimônio cultural dos povos americanos (não pré-colombianos como quer a história oficial, história dos supostos vencedores). Uma riqueza devastada pela pela cruz e pela espada (ou mais exatamente, pela cruz e pela pólvora) que ainda assim, em ruínas, insiste em ser riqueza.

    Pena que ganância humana adia o reconhecimento de muitas coisas. Obrigado por nos lembrar desta nossa fraqueza (antes humana que européia).

    Abs.

     
  • At 22 de abril de 2007 às 03:05, Blogger Exemplo AVERA said…

    Muito bom Felipe
    Faço minhas as palavras do amigo acima: Obrigado por nos lembrar desta nossa fraqueza(antes humana que européia).
    E como vc disse: esses indígenas só se tornaram patrimônio depois de terem sido massacrados.
    Que possamos prestar mais atenção.

    Um abraço!!

     
  • At 22 de abril de 2007 às 05:03, Anonymous Anônimo said…

    Uma "civilização" sempre procura matar a outra.



    Abraços, flores, estrelas..

     
  • At 22 de abril de 2007 às 16:42, Blogger Marlene Maravilha said…

    Muito sensível e bonito felipe!
    Gostei demais. E penso como tu!
    Também gosto da música!
    Aguardo a tua visita e o teu voto, se merece-lo, numa empreitada que me puseram para concorrer ao melhor blog da semana! Só Jesus, e a Ele damos glória, pelo seu sacrifício e amor. É o seu nome que eu quero ajudar a propagar as multidões!
    beijo e boa semana!

     
  • At 24 de abril de 2007 às 13:27, Blogger Unknown said…

    Oi Felipe passei para te visitar. Deixo-te um doce bjinho,
    Papoila Sonhadora,

     
  • At 24 de abril de 2007 às 18:58, Blogger Andreia said…

    OLá!

    É realmente uma pena.

    Infelizmente.

     
  • At 24 de abril de 2007 às 21:26, Blogger DE-PROPOSITO said…

    As tiranicas monarquias europeias. E donde vinha o poder absoluto dos reis?!... _De Deus evidentemente, e da força das armas de fogo que possuiam.
    Fica bem.
    Um abraço.
    Manuel

     
  • At 24 de abril de 2007 às 22:50, Blogger sonhadora said…

    Beijinhos embrulhados em abraços

     
  • At 25 de abril de 2007 às 05:42, Blogger Espaços abertos.. said…

    Da força das armas levantava-se o poder tenaz em conjunto com o poder absolutista das monarquias vigentes.

    Bom feriado.

    Bjs Zita

     
  • At 27 de abril de 2007 às 12:28, Blogger Felipe Fanuel said…

    Amigos e Amigas,

    É sempre bom poder ler a opinião de vocês aqui. Considero sua presença constante o motivo principal para a atualização, pelo menos semanal, deste espaço.

    Sejam sempre bem-vindos e bem-vindas!

    Abraços para eles,
    Beijos para elas.

    P.S.: O que me inspirou a escrever este post foi o Dia do Índio, comemorado na semana passada. Além disso, essa história dos guaranis anda me pertubando há um tempo, desde quando conheci um amigo descendente e estudioso deste povo indígena. Espero, em breve, poder falar mais sobre isso.

     

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