Dia das Mulheres e do Bush
Normalmente, em dias como esse, as mulheres brasileiras, seguindo a tradição dos históricos movimentos feministas ocorridos em todo o mundo nos últimos anos, vão às ruas dispostas a lutarem por melhores condições de vida. E precisamos ouvi-las! Pouca gente sabe, por exemplo, que as trabalhadoras são responsáveis por cerca de 70% da produção mundial, mas que recebem apenas 30% de todo capital. Esse dia nasceu não para ser o dia de dizer “parabéns” às pessoas do sexo feminino, mas para se unir à luta destas que sempre estiveram em desvantagem na história da humanidade.
Obviamente, a oportuna idéia de se unir com outros movimentos sociais em prol de um único grito não passou isenta das intenções de manifestantes radicais, os quais só ficarão satisfeitos quando se instaurar um bolchevismo brasileiro, com a implantação de uma ditadura do proletariado. Aliás, por trás de tudo isso, há sempre quem queira tirar proveito da situação. Sabemos que a avareza é um pecado inerentemente humano que impede qualquer utopia de se tornar realidade. Não foi à toa que os partidos políticos que sobrevivem de motins e greves estavam lá em peso, se unindo às mulheres aparentemente motivados por encontrarem mais um palanque expressivo.
O presidente dos EUA conseguiu o que queria: ser odiado ainda mais na América Latina. Aqui o povo tem o sangue quente e não suporta lembrar de que os governos daquele país, em sua maioria, sempre apoiou regimes ditadores que mancharam de sangue a história do continente. Além do que, convenhamos, as últimas ações desse cidadão condenam a ele mais do que ao Capeta — já tem gente o chamando de “Belzebush”. Então, aparecer na nação tupiniquim em um dia 8 de março é pedir para ser execrado.
Mesmo assim, todas as honras foram dadas ao Todo-Poderoso. As ruas foram fechadas e a hora do rush virou uma verdadeira hora do Bush. Os protetores da ordem não deixaram a desejar. A uma pequena ameaça de passar dos limites por parte dos que estavam ali motivados apenas pela bagunça, já se pôde ouvir tiros de borracha. Foi uma correria só. Tivemos de invadir um estabelecimento para não ser pisoteados. Êta polícia violenta essa nossa! Estava ávida por uma oportunidade de mostrar serviço diante do Big Boss.
A contradição corre solta nessas manifestações atuais. Vi alguns pobres, mas a maioria dos que estavam na avenida parecia ser de jovens de classe média movidos pelo oba-oba, ou seja, pelo mero divertimento de estar nas ruas com uma camisa vermelha de algum partido político, ou de uma faculdade de direito — USP, Mackenzie. Pasmem: os filhinhos-de-papai, que estudam em unviersidades de tradição centro-direitista, agora acham que está na moda se vestir de revolucionários. Pelo visto, o legado mais importante de Che Guevarra para o Brasil foi o seu rosto, que virou marca de roupa. Os verdadeiros pobres, que eram os mendigos deitados no chão da praça Osvaldo Cruz, não sabiam sequer do que estava acontecendo. Pedi, propositadamente, a opinião de uma senhora cujo semblante demonstrava que estava faminta, mas ela, bêbada e com um bebê no colo, se recusou, alegando não saber de nada.
Ora, vejam só! Quem roubou a cena do Dia das Mulheres foi o anticristo americano, quem não deixou o grito das camaradas ser o principal e quem parou São Paulo só para ele mandar o Lula impedir que os árabes brasileiros parem de mandar dinheiro para os terroristas. Agora vou lá ver o que os telejornais têm a dizer... Certamente, vão abrir alas para Ele passar.
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Oi Filipinho!
Obrigado por te lembrares!
Bem...Bush e as mulheres, enfim...=)
GRANDE bjinho,
DARA