Felipe, em seu post "Filosofia – insegurança, poesia e inutilidade", você disse: "não queiramos encontrar utilidade para as artes" (algo assim). Aqui, você repassa a leitura de Pessoa quanto ao "romantismo" - "decadência"... Hum, não sei se entendi: como algo subjetivo (a[s] arte[s]) pode ser enquadrado sob a rubrica decadência? Há um critério? O de Pessoa? Mas - alto lá - Pessoa é critério para quê? Para si, e olhe lá, não?
Não sei... Não estou reagindo pelo fato de, filosoficamente, ter eu abraçado aspectos do Romantismo ("assombro" e "história"). O Romantismo, nas artes, não é exatamente o Romantismo, em Epistemologia, você sabe, e eu me filio, programaticamente, apenas a esse Romantsmo epistemológico. Todavia, fico sempre curioso de ver como acontece de a gente fazer juízos sem estabelecer precisamente a base pragmática sobre a qual a dança se dá - refiro-me a Pessoa. As artes, das duas uma: ou gravitam em torno da estética, ou da política. Se da primeira, não há decadência de nenhuma espécie, nunca, em arte alguma, nem evolução - apenas, transformações. Se, contudo, política, o critério não estará na arte em si, mas na sua "utilidade" retórica: uso político da estética. Nesse caso, decadência torna-se não um conceito aplicável à arte em si, mas ele está preso à ideologia com a qual se lê o papel que ela, a arte, ocupa dentro do quadro político-cultural sob o qual ela é analisada, pelo analista político.
Difícil a gente manter a linha reta. Não é porque é um Pessoa que se há de colher todas as orquídeas: esse juízo de Pessoa me parece prejudicado. Sumamente prejudicado. Não tem base pragmática: seja estética, seja política, não há, nunca, decadência possível aplicável à "arte".
Mas talvez você quisesse esclarecer para nós em que sentido o romantismo é uma decadência, isto é, em termos estéticos, logo, artísticos, logo, subjetivos, para esse bom Pessoa, que, a despeito de seu (dele) juízo, não há de ser por mim considerado um decadente, decerto...
Um abraço,
Osvaldo Luiz Ribeiro
PS. Mestre - já?
é, grande fanuel, a arte tem dessas coisas. se a gente deixar ela chega até a enlouquecer a gente. mas é extremamente necessária, pois, sem ela, o mundo seria muito pior. não se viveria aqui e você sabe bem disso.
quanto ao texto sobre o gilmar mendes e o protógenes queiroz, eis que a revista (NÃO)Veja está tentando desmoralizar o delegado mais uma vez, com uma mega-reportagem dessa edição. tudo bem, vai, vindo da (NÃO)Veja vamos esperar o quê, não é mesmo?
um abraço, amigo.
obrigado pelas visitas e pela lucidez de teus textos.
liberdade, beleza e Graça...
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