8.8.08

Pequim versus fale o que quiser?

No Brasil, vivemos o free speech boom. Há espaço para dizer o que se bem entender. Jornais impressos existem aos mil. (Quem quiser abrir um, fique à vontade!) As emissoras de TV também descobriram que dar voz ao povo pode dobrar o faturamento, pois significa ibope. Sem contar isso aqui denominado internet, onde qualquer um pode ter um lugar virtual — blog ou perfil em sites de relacionamentos, por exemplo — para publicar o que der na teia.

Dizem que na China não é possível falar o que quiser. A imprensa é controlada e a web censurada. Eu nunca fui lá para saber. Mas não gosto dessa propaganda ocidental de que os chineses são um bando de bois em direção ao matadouro montado por um governo tirano. E que eles estão pior que nós por não poderem expressar suas idéias.

A terra de Confúcio peca sim por não permitir que o cidadão se sinta livre em sua expressão, porém não suporto a pretensão típica do ocidente de achar que os nossos métodos são os melhores, e, por conseguinte, dignos de serem exportados para os quatro cantos do planeta.

Somos tão defeituosos quanto. E ai daquele que diga algo que nos desagrade! Entre os brasileiros, acostumamos a ouvir a pior de todas as censuras: “Você sabe com quem está falando?” Quando a liberdade é castrada aqui, ela atinge a alma. Porque o sujeito sabe que sua condição social o impede de se sentir livre de maneira plena. (Na igreja, já me alertavam quando criança: “Cuidado boquinha o que fala!”)

Sou contra qualquer tipo de censura, seja aquela produzida de modo descarado em Pequim, seja esta nossa velada no comportamento social tupiniquim. Medalha de latão para ambas! Censura? Nem aqui nem na China! Liberdade já!

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9 Comentário(s):

  • At 8 de agosto de 2008 às 16:59, Anonymous Anônimo said…

    Concordo com você, Felipe: Seus está em alta.

    Até no meu próprio coração!

    Quanto à Liberdade, sou adepto dela desde sempre, incondicionalmente.

    Teu post de hoje, libertário, está perfeito!


    Abraços, flores, estrelas..

     
  • At 8 de agosto de 2008 às 17:00, Anonymous Anônimo said…

    Eu quis dizer "Deus está em alta"!

     
  • At 8 de agosto de 2008 às 22:20, Blogger Alysson Amorim said…

    Este comentário foi removido pelo autor.

     
  • At 8 de agosto de 2008 às 22:22, Blogger Alysson Amorim said…

    Um país de cultura milenar e que até o século XVIII era tão ou mais próspero que a Europa, um país que foi eclipsado pelo imperialismo inglês e agora - pouquíssimo tempo depois - ressurge retumbante, um país que em exíguos 30 anos tira 400 milhões da pobreza, enfim, um país assim deve ter alguma lição que justifique o esforço da aprendizagem.

    Há quem diga que quando contemplado pela visão privilegiada de 2050 o século XX talvez não surja fundamentalmente como o século dos extremos de um Hobsbawn, o século das trincheiras e da opulência, mas sim como o século da revolução silenciosa do Oriente. Veremos.

    Um abraço olímpico.

     
  • At 9 de agosto de 2008 às 00:02, Blogger Janete Cardoso said…

    "Cuidado boquinha no que fala!"

    rsrsrs Já cantei muito isso!
    Essas repressões ficam no inconsciênte, né?

    "Quando a liberdade é castrada aqui, ela atinge a alma."

    Raramente consigo transgredir...

     
  • At 9 de agosto de 2008 às 00:03, Blogger Janete Cardoso said…

    Esqueci de te dar um beeeeijo!!!!

     
  • At 9 de agosto de 2008 às 09:11, Blogger Gustavo Nagel said…

    Felipe:

    Você deve imaginar que sempre aborreço argumentos como "o comunismo é ruim, MAS..." — e segue-se a apresentação de um problema capitalista equivalente ao problema comunista — uma tentativa sempre forçada, a meu ver, como a sua. E não se trata de gosto pelo capitalismo, mas de real desprezo por totalitarismos: mesmo que eles "acabem" com pobrezas, analfabetismos, e o diabo.

    Trata-se de um método. O artifício é usado em relação às mortes, por exemplo. Nunca, na existência humana, um conjunto de idéias matou tanto quanto o comunismo. Milhões foram assassinados para que se alcançasse a "igualdade". Algo simplesmente inaceitável. Mas então viram-se, com toda a cara-de-pau necessária: "E quantas pessoas o capitalismo mata nas grandes cidade?" É um tipo de argumento criminoso. Porque pretende unicamente justificar o assassínio de milhões.

    Não somos tão defeituosos quanto. Talvez sejamos piores em muitos aspectos. Mas "você sabe com quem está falando?" não é pior do que impedir alguém simplesmente de falar. É sempre a mesma tentativa de igualar as coisas. São problemas distintos. Assim como a questão da miséria no mundo capitalista é diferente do extermínio em massa por governos comunistas. Justificar uns pelos outros é coisa que não se deve fazer jamais. Nem igualá-los.

    Até.

     
  • At 11 de agosto de 2008 às 08:07, Anonymous Anônimo said…

    O dogmatismo é a pior censura, uma atitude autoritária e submissa. Autoritária, porque não admite dúvida, contestação e crítica. Submissa, porque se curva às opiniões estabelecidas.

    God bless you brother!

     
  • At 11 de agosto de 2008 às 12:50, Blogger Felipe Fanuel said…

    Gustavo,

    Obrigado por postar uma opinião que reflete o outro lado da questão.

     

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