13.3.08

Uma confissão

A cada dia mais me convenço de que não sou nada, percebendo-me humano, demasiadamente humano; e de que preciso ser transcendido para além desta minha condição humana. Sinto, no entanto, que não cabe a mim este esforço, porque, vez ou outra, percebo-me tomado por algo que me toca incondicionalmente. Assim, sou dominado, não domino. Mas tem uma coisa: isso pode acontecer tanto ali na padaria da esquina como na igreja. Aliás, confesso, ultimamente tenho gostado muito de pão.

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3 Comentário(s):

  • At 14 de março de 2008 às 14:28, Blogger Edemir Antunes said…

    Ao redor dos pães teologizamos e construímos um mundo melhor. Deus abençoe os/as companheiros/as de fé que se encontram em nome do Pão da Vida nas Padarias-Templos e Templos-Padarias.

     
  • At 14 de março de 2008 às 20:43, Blogger Alysson Amorim said…

    Meu Amigo,

    "Sou dominado, não domino."

    Somos dominados sem aviso prévio; ao acordar, ao amarrar os cadarços, na padaria e no ônibus e na fila do banco - e quem diria, até mesmo na Igreja.

    Mas dominados por uma espada que se recusa a ser férrea: é etérea; se recusa a cortar: pousa.

    Nada como um bom Pão que esfarela para ceder-nos vida.

    Saudades.

     
  • At 15 de março de 2008 às 18:57, Blogger Feänor said…

    Seria uma remissão a Nietszche? Pergunto porque, francamente, nada conheço dele.

    Obrigado pelo seu comentário. realmente, tive medo ao escrever sobre "moral", porque sei bem que a interpretação filosófica da palavra é muito profunda e comporta diversas acepções - como, aliás, qualquer outra palavra na filosofia. Mas tentei usar no termo mais corriqueiro possível, talvez a moral kantiana, a moral do "comporte-se como desejaria que os outros se comportassem com você" ou algo do gênero. Mas isso é um reducionismo, sei disso... Uma moral nesses moldes traria problemas, mas isso não vem ao caso.


    Aquilo que escrevi era um desabafo. Está um pouco confuso, fragmentado, mas acho que essa é a natureza intrínseca dos desabafos: são a expressão da confusão mental que assolam a pessoa que escreve. Nem mesmo eu concordo com o que eu escrevi, é só uma fotografia, um instantâneo do momento mental em que me encontrava - aliás, eu tenho uma tendência a me tornar para o niilismo quando estou numa dessas crises.

    Tenho minhas teses sobre a sociedade. Por exemplo (tudo junto):

    http://diariodeumlobo.blogspot.com
    /2008/01/bbb-8-crise-moderna-do-
    significado-e.html

    Este é um fragmento do que eu penso (esqueça a parte do BBB, aquilo, confesso, foi só pela tag rs). Um dia ainda compilo tudo o que eu acho e coloco no papel. Mas por enquanto, eu ainda estou "achando" as coisas por aí rsrs

    Cara, será um prazer tê-lo visitando meu blog sempre que quiser e, principalmente, será uma honra ler seus lúcidos e críticos comentários - porque é pra isso mesmo que eu escrevo, pra ter feedback de qualidade como o seu.

    Valeu pela visita! Abração!

     

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