Da fé
A fé, no entanto, tem dois lados: um subjetivo e um objetivo. O subjetivo é “a fé pela qual se crê”, fides qua creditur, que provém do íntimo da pessoa, sendo sua preocupação última. Já o aspecto objetivo é “a fé que é crida”, fides quae creditur, ou seja, aquilo para o qual se dirige o ato de fé, expresso em símbolos do divino, ou do sagrado. Na verdade, estamos identificando o elemento incondicional e o elemento simbólico, ambos característicos da fé.
Um exemplo disto é a palavra “Deus”. Ela é a representação simbólica do referente possível de Deus. O Deus entre aspas — símbolo — aponta para o Deus sem aspas — preocupação última de cada pessoa.
Mais do que tudo, “fé é estar possuído por aquilo que nos toca incondicionalmente”, como disse Paul Tillich. Afinal, embora não consigamos definir bem aquilo que nos possui de um outro jeito além da linguagem simbólica, sabemos que dentro de nós há algo que clama por eternidade, querendo atingir uma realidade sem limites, sem condições, para além desta na qual nos encontramos.
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Valeu, amigão.
Sempre nos enriquecendo com suas didáticas pílulas, incansáveis na tarefa de falar daquilo que "nos toca incondicionalmente".
Abração.