4.6.07

Dúvida e fé

A dúvida é essencial para a fé. Ao mesmo tempo em que a fé é certeza na medida em que se baseia na experiência do sagrado, ela é cheia de incerteza, pois o infinito para o qual a fé está orientada só pode ser experimentado por um ser finito. Tal insegurança da fé não pode ser anulada, sendo sua aceitação um ato de coragem. Coragem é correr o risco de afirmar a si mesmo diante dos poderes do “não-ser”, pelos quais todos os seres finitos estão ameaçados. Onde há risco de coragem há possibilidade de fracasso, possibilidade essa inerente a todo ato de crer. A única coisa certa mesmo é a paixão infinita como paixão infinita, ou seja, a incondicionalidade como tal.

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11 Comentário(s):

  • At 4 de junho de 2007 às 11:27, Blogger Marlene Maravilha said…

    Olá felipe!!
    Bom receber tua visita!!!
    Sim a fé um ato de coragem!! e haja coragem para assumir toda a inseguraça anterior a ela! texto edificante, como sempre!
    beijos e não me esqueças aqui!

     
  • At 4 de junho de 2007 às 19:44, Blogger Felipe Fanuel said…

    Oi Marlene,

    É sempre bom vê-la aqui. Fique tranqüila que o problema não é memória, mas tempo. A vida da gente se torna tão complexa que é difícil arrumar tempo para tanta coisa que a gente inventa fazer. O jeito é ficar dando umas fugidinhas de vez em quando no mundo virtual.

    Beijos para vc!

     
  • At 4 de junho de 2007 às 21:09, Blogger Alysson Amorim said…

    Opa, camarada!

    Descongelou o blog?

    Princípio protestante e substância católica, certo? A "dinâmica da fé" depende da dúvida.

    Temo que sua importante mensagem seja daquelas solenemente ignoradas nos meios eclesiais, inclusive, o que é de se espantar, nas Igrejas protestantes.

    Abração. Uma ótima semana.

     
  • At 5 de junho de 2007 às 17:10, Blogger Felipe Fanuel said…

    É, rapaz. Já diz o adágio "quem é vivo sempre aparece".

    Ah, sim. As igrejas protestantes têm sido as menos protestantes neste sentido, pelo menos aqui em nosso país.

    Aquele abraço.

     
  • At 5 de junho de 2007 às 20:29, Blogger Janete Cardoso said…

    Que profundo...
    Só reconhecendo nossas limitações,que nos colocamos diante Daquele que pode todas as coisas!
    Ah, li algo sobre você ter sido o melhor aluno de seminários em 2006!
    Surpresa, nenhuma... só alegria por você, meu querido!
    beijo!

     
  • At 5 de junho de 2007 às 21:32, Blogger Felipe Fanuel said…

    Cara Janete,
    Obrigado por tanta generosidade de sua parte dizer isso.

    Arrisco dizer-lhe que nossas limitações são tão inerentes a nós como qualquer parte do nosso corpo.

    Um beijo.

     
  • At 6 de junho de 2007 às 23:27, Anonymous Anônimo said…

    Desde que eu fiz minha primeira Comunhão, sempre me disseram que a Fé estava além de toda dúvida.

    Mais tarde, Santo Agostinho me deu novas luzes sobre o assunto.

    Mas quem me deixou lúcido foi Nietzsche, afinal...


    abraços, flores, estrelas..

     
  • At 7 de junho de 2007 às 00:45, Blogger Felipe Fanuel said…

    Grande Edson,
    É sempre bom ler seus comentários repletos de memórias biográficas.

    Vc citou os dois mais importantes religiosos da história ocidental. (Acredite, Nietzsche era pura religião! Agostinho nem precisa falar!)

    A fé é uma paixão, a religião uma experiência. Ambas contribuem na constante busca humana por um sentido último de sua existência.

    Aquele abraço.

     
  • At 8 de junho de 2007 às 07:34, Blogger José Leite said…

    A fé remove montanhas! tenho fé que a fé há-de trnsformar o mundo para melhor!

    Mas... os fundamentalismos (em todos os quadrantes religiosos) são o factor mais negativo da própria fé...

    Tenho fé que ainda que perca a fé
    continuarei a ter fé numa humanidade mais liberta, mais desprovida de tabus, sem peias, sem anacronismos diabolozantes...

    O meu Reino não é deste mundo e... o meu mundo também não deste reino!

     
  • At 9 de junho de 2007 às 01:14, Blogger Tamara Queiroz said…

    A dúvida leva à fé.
    A fé leva à dúvida.

     
  • At 9 de junho de 2007 às 14:49, Blogger Felipe Fanuel said…

    Caro Rouxinol,
    Obrigado pela visita e pela opinião aqui postada.

    Concordo. O fundamentalismo é um fator negativo da fé, principalmente porque é resultado do ato de tornar os símbolos da fé maiores que a própria fé. Isso é idolatria e passa longe de ser uma coragem de se afirmar diante das ameaças do "não ser".

    Com certeza a gente tem fé até quando acredita que a tenha perdido. Isso sim é fé!

    Abraços.
    E volte sempre!


    Ei, Tamara,
    Como é bom vê-la aqui!

     

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