Agostinho e o sexo
Disposto a abandonar a vida sexual ativa, Agostinho escreveu Confissões com o intuito de transmitir um sentimento contrastante entre suas necessidades sexuais e o seu anseio por relações límpidas e não problemáticas. Agostinho acreditava que sexo e sociedade eram opostos. Por isso, somente uma igreja verdadeira, composta de eleitos continentes, tornaria possível uma sociedade verdadeira, resultando numa harmonia de almas libertas da matéria. Nem mesmo a relação sexual praticada com o fim de gerar filhos era considerada como boa, visto que “colaborava com a impetuosa expansão do Reino das Trevas, em detrimento da pureza espiritual associada ao Reino da Luz”. Para o bispo de Hipona, os impulsos sexuais constituíam uma marca da fragilidade herdada pela humanidade no ato inicial de desobediência de Adão, pois estes escapavam ao controle da vontade humana.
Embora respondesse ao seu tempo e à sua própria realidade, as formulações de Agostinho notadamente influenciaram o legado sobre sexualidade deixado pela era medieval. O desejo sexual, reconhecido por ele como um incômodo problema, i.e. uma força destrutiva, ainda continua nos dias atuais sendo visto como nocivo a uma vida santa e pura.
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É preciso coragem!!!! falar da sexualidade....
Abraço
Paulo
Portugal