Partindo do pressuposto de que toda teologia é fundamentalmente metafórica, Sallie McFague propõe, em seu livro
Modelos de Deus: teologia para uma era ecológica e nuclear (Paulus, 1996), um caminho diferenciado de se fazer teologia — e entendê-la — a partir de uma lente focada em construção de metáforas. As parábolas de Jesus são exemplos bíblicos de como se comunicar através de novas formas de linguagem, as quais já constituem um precioso arcabouço para a produção de uma teologia metafórica. Contudo, McFague alerta para o risco do uso atual de antigas e famigeradas metáforas oriundas de uma cultura patriarcal e monárquica, as quais constituem, para ela, o principal problema da teologia contemporânea. Sua sugestão é que se substitua criticamente tais conceitos por outros mais relevantes a uma era ecológica. Adentrar no universo parabólico do suposto discurso de Jesus no Novo Testamento é, neste sentido, ler e reler todo conteúdo metafórico ali presente de maneira a atualizar conceitos-chave para uma teologia relevante nos dias de hoje.
A proposta básica de substituição conceitual passa pelo crivo do entendimento do mundo como corpo de Deus, onde há uma relação íntima entre a divindade e o ser humano. Assim, propõe-se como crucial uma mudança na designação divina. Ao invés de visualizar Deus como "pai" ou "senhor", sugere-se os termos "mãe", "amante" e "amigo", os quais seriam mais coerentes com a necessidade atual de se integrar o divino e o ser humano. Uma teologia metafórica deve partir desta preocupação em lidar com os termos de maneira consciente das implicações de seu uso. O critério necessário é o de atualizar a mensagem da parábola com o rigor de evitar com que o significado seja alterado em detrimento do significante. Em outras palavras, desconfiar de conceitos marcadamente relacionados a uma cultura ou época diferentes de seus interlocutores, para os quais se está falando.
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Olá, Felipe!
Agradeço pelo seu carinho no meu blog.
Lendo a Teologia Metafórica lembrei-me do:
Deus
EU
Que se descermos o "D" e o "s" ficará:
eu
DEUs
Ou seja, eu estou em Deus e Deus em eu {rs}...