O belo e o sublime: benditos sejam!
E limito quando busco equilíbrio, harmonia e simetria, embelezando fragmentos. O sublime só posso ver com olhos humanos, demasiadamente humanos, tornando-o belo. Ah! Como queria ter visto a aurora com os olhos de aurora, no lugar destes meus parcos olhos! Mas a mim não está permitido o acesso ao sublime. Isto porque sou carne e osso. Imanente, não faço parte de seu reino transcendente.
Pobre e pequeno mundo humano. Ainda bem que somos salvos pela qualidade da beleza. Só mesmo o artifício para nos fazer sentir o gostinho da grandeza de tal sublimidade. Por meio da arte, encontramos unidade para um mundo fragmentado.
Com isso, resta-me entregar, desinteressadamente, àquilo que apela para o campo do suprasensível, onde basta a mais simples de todas as coisas para me mostrar o quão imensurável é tudo o que e para além do que podemos ver e ouvir. Sinto-me assim um aprendiz da arte, por meio da qual meus olhos veem e meus ouvidos ouvem o que, de outra forma, não veriam ou ouviriam. Bendito seja o belo! Bendito seja o sublime!
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