A antiga idéia de uma igreja para todo o mundo sempre fez com que a fé cristã fosse um nascedouro de ideais de unidade. O elemento de catolicidade ou universalização dos cristãos e cristãs é uma evidência de que esta religião, apesar de sua instituição ser historicamente fechada, sempre manteve, ainda que por meio de pessoas não-autorizadas, aquele ideal de que é possível ser um. Como cristandade, sonhar com a unidade pode parecer uma ilusão distante de ser realizada, às vezes, uma visão utópica ou até moribunda, porém não se pode negar a existência recorrente de pessoas cristãs que não sabem e não querem viver isoladas em sua fé, mas estão dispostas a compartilhar e aprender com outras confissões, congêneres ou não. Isso só é possível através de experiências do dia-a-dia, fora do âmbito das instituições, onde homens e mulheres podem dialogar, se deixando serem vistos pelos outros com os quais aprendem.
Talvez seja aqui, na vida dos sujeitos, religiosos ou não, que o verdadeiro diálogo acontece. Afinal, cada vez mais, as pessoas descobrem sua própria maneira de vivenciar a fé, dependendo sempre menos das orientações institucionais. O futuro da unidade cristã e do diálogo com as outras religiões depende, portanto, da gente simples que vivencia a religião num cotidiano marcado pelas peculiaridades de cada um.
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Felipe,
fui inicialmente batizado (à força... rs!) na Igreja Católica. E, de certo modo, permaneço nela. Por isso posso me arriscar a dizer: Será que, por talvez excesso de catolicismo, ela não perdeu a catolicidade?
Abraços, flores, estrelas..