18.11.09

O que é religião?

Definir é estabelecer limites, de-limitar. É por isso que não pode ser tomada como definitiva nenhuma tentativa de resposta à pergunta “O que é religião?”. O máximo que podemos fazer é apresentar discussões em torno desta pergunta.

Falar de religião é refletir sobre aquilo que faz sentido para a vida das pessoas. Sentido esse que está para além da nossa própria condição de gente, porque é um sentido último. Por ser último, este sentido diz respeito a algo que é supremo, que ocupa um lugar especial em nossas vidas. É exatamente neste lugar especial, neste lugar supremo, neste lugar último, que está a religião. A religião é uma “preocupação última”, já dizia Paul Tillich.

Sendo assim, a religião não deve ser vista como uma função especial da vida espiritual do ser humano, mas como uma dimensão da profundidade em todas as suas funções. Não deve ser vista como moralidade, conhecimento puro, estética ou arte, muito menos como mero sentimento subjetivo. A religião está na profundidade de todas as funções e na totalidade da vida espiritual do ser humano, naquilo que é último, infinito, incondicional de nossas preocupações.

Não se pode rejeitar a religião, já que só poderíamos fazê-lo em nome dela mesma, em nome de algo que nos toca incondicionalmente. Afinal, antes de tudo, nós somos tocados até as profundezas por algo que não somos capazes de descrever completamente em palavras. Trata-se de algo último, algo infinito, algo incondicional. Algo de que não podemos fugir.

Esta é a essência da religião. Ela está presente em todas as pessoas. Ela faz parte da nossa vida. Ela é tudo aquilo que transcende nossas preocupações temporárias e provisórias. Ela é tudo aquilo que nos toca incondicionalmente, para além da nossa própria condição humana. Tem a ver com aquilo que faz sentido para as nossas vidas.


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